sábado, 21 de janeiro de 2012

Queiras

Queiras,
mais uma vez perdoar
os fariseus da baixada favelada.
Queiras,
mais uma vez escutar
o canto das hienas peladas.
Queiras,
mais uma vez acreditar
que todas as bundas säo iguais.
Queiras
mais uma vez matar
a desconcertante das atitudes atuais.
Queiras,
pela segunda vez
salvar o tonto
que percorre na fè de sua peregrinação
acreditando nos dizeres de São Sebastião.
Queiras,
pela útima vez
ver quem foi o ateu de Atenas
que relembrou da morte serena
do fariseu que nasceu no poente
da vida cedente
da prosa inocente
do doente da síndrome de down
que acabou de descer as escadas do inferno
esquivando-se
das chamas do mal...

Por Walcyr de Sá em críticas sociais ( cidade do Rio de Janeiro )
do livro " Aos Serafins, Querubins e os Arcanjos "

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mariposas

Elas voam,
e desmancham o céu de anil,
saimos dispersos,
a cada segundo de sobrevivência,
das incoerências,
da vergonha atingida,
foi na segunda saída,
duma nostalgia.
Da dança que nos rege,
as regras que nos impõe,
faz a desgraça subjetiva,
dos nossos farrapos...

Elas voam,
as mariposas voam,
a angustia aumenta,
na cidade sangrenta,
do que mais me contenta,
se vou viver,
pata libertar os meus,
as minhas,
as nossas...
Nostalgica celebração,
de voltar ao lar,
que as mariposas nos trouxeram,
nos deixaram,
e que, em sua volta,
ela possa dizer,
que era um anjo...

Por Walcyr de Sá
do livro "Depois do Sol"   em críticas sociais ( 1994 )

Romance de nel-franzine

Hoje eu queria estar nas nuvens
e beijar o chão que piso.
Hoje irei escrever a mais linda poesia para você
e me deitarei no espaço
acolhido em suas mãos.
Percebi que sem querer
estava escrevendo em meus sonhos
o romance de nel-franzine
e me esquivei nos tormentos do luar
para deixar e me apaixonar.
Hoje darei a você
todas as minhas poesias
e mais uma caixa cheia de saudades...
Juro!! que nunca imaginei
que todos os românticos
são alvos da solidão
mas verdadeiramente são cheios de compaixão
no coração,
porque somos amantes da vida humana
e temos coragem de amar.
Gostei de ser um poeta,
para oferecer uma poesia,
a essa mulher que vive em minha vida,
gostei de mover as ondas,
e desenvolver as marés, e toda maresia...
Gosto somente de lhe oferecer,
essa pequena  poesia
e que ela seja
uma grande nostalgia
em nossas vidas...

Por Walcyr de Sá

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A segunda tempestade

O chumbo, que tão cinza estava
coloriu a risada dos sinceros
que se mostraram ao velho universo coberto
da desgraça das garças amarelas.
Estela uma vez me falou
que todo branco ficaria negro
se não olhasse para dentro de si mesmo...
Respondi em desespero :
- Por favor não me mate !
- Por favor não me abata !
Pois minha raça será a quinta da praça na Candelária...
E novamente veio comigo o sorriso mais lindo, do menino caído,
no chão de barro,
para arcos nublados,
para quem foi assassinado...
E para o céu se foi
o mais sacrificado dos seres humanos;
pois seria o único
a nos salvar,
e eles o mataram
sem ao menos perguntar,
se um dia cairia
a segunda tempestade,
a terceira fogueira,
a quarta facada,
de um réu , caído na Candelária...

Poesia feita em homenangem às crianças que foram assassinadas na Candelária , por um grupo de extermínio no dia 23 de julho de 1993.

Por Walcyr de Sá em críticas sociais
do livro "Aos Serafins, Querubins e os Arcanjos"

Imensidão de outrora

Pedra preciosa,
côr rosa ou pêssego,
em seu desejo,
sofro na certeza da escuridão...
Emoção leve,
emoção breve...
O desejo retrai meus sentidos,
meus unidos, meus vertigos.
Ouço meu mundo,
que certeza tenho,
daquilo que entendo...
Entendo que o amor,
tráfega em prantos,
em cantos,
e reluz,
brevemente calado na imensidão de outrora,
que tudo tenha sua hora,
quando ela vier...

Por Walcyr de Sá
livro "Aos Serafins,Querubins e os Arcanjos"

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Cordilheira dos Andes

Nenhuma estrela apodrece
sem que as onomatopéias estejam viajando,
pela cordilheira dos andes.
Nenhum vagalume apaga,
sem ter ido a alguma direção,
pois nenhuma pessoa vive,
sem ter uma grande paixão...
Pois nenhuma psicologia,
por mais retardada que seja,
deixará os plebeus morrendo de fome.
O horizonte de cada guerreiro
e nada mais, nada menos,
cavalgadas no relento;
um breve momento, para o oceano que deixou de dormir...
Um breve momento,
 para os que sofrem,
sem ter um pedaço de pão,
que Cristo repartiu,
entre seus irmãos...
Eles oferecem a sopa do castigo,
ao pobre inimigo,
esquecendo do desatino,
dos que estão esquecidos.
Morreremos se não tivermos, o som dos pássaros,
a cantiga do mar...
Por fim as estrelas ficarão podres,
porque o filho da cegueira,
estará totalmente morto,
perante a cordilheira dos andes,
restando somente para o mundo,
o recado de Nietzsche,
me dizendo que o mais torto e incomum
e o calafrio dos miseráveis,
a sombra da calamidade que existe,
a textura dos insaciáveis parasitas,
que se prontificam em versões abusivas,
para pobres homicidas, que imploram por um prato de comida.
No fim de suas palavras,
ele me deixou tão triste,
que acabei dormindo debaixo d`água,
lembrando da última frase,
que somente um homem,
rezou pela verdade...

Por Walcyr de Sá
do livro " Depois do Sol " em críticas sociais.

Provérbio de matos raros

Toda beleza de um soneto
é o provérbio de matos raros
aros
convém
em cruzes
que diz, lá vem o amor
que se cansa com a dor
de toda certeza do meu ego
espero
e recebo bem.
Sou mais um amado
dos fados
pralhem
ou raros
os fados
do amado
salém
que espero
por amar
a mulher
de toda beleza
que se colhe dentro de um profundo amor...
Amor que a riqueza da água levou...
sem perguntar
se alguém
me amou...
me amou...

por Walcyr de Sá

Acabalisticamente

Acabalisticamente
vegetamos em poses,
acabalisticamente pousa uma salvação,
de tiragens, de vozes...
Salve os vertigos,
salve os sonâmbulos,
os derradeiros,
os devaneios de prantos...
O rio paira em Márica,
e lá vou eu, deixando que tudo não acabe em tropeços
em verbos, em grãos satíricos.
Acabalisticamente,
minha luz se vai,
buscando quem eu nao conheço
só o tropeço das pedras no caminho
ou sozinho no ninho.
Acabalisticamente,
rogo ao salvador,
minha canção
prazo de emoção
que minha luz busca e prega,
em raios na primavera...

Por Walcyr de Sá