sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cavaleiro

Deslizo em curvas oratórias,
conduzindo veneno em estórias;
aglutino em santos para sentir um acalanto;
desabrocho ao orador, como um botão que caiu ao chão,
contínuo no visgo,
quando sigo paciente,
ao fervor de um anjo,
que me ajudou,
todavia calçadas vagas,
escravas do andor.
A cruz que carrego me apóia,
ao primeiro gesto que outrora,
agora, agora e vai embora;
bengalas me são dadas,
para enxurradas que caem dos meus olhos;
ainda a vinda dos seresteiros,
cavaleiros do romantismo abafado,
que tenho guardado,
que tenho esperado,
que tenho encerrado.
Como acrobata da sensibilidade do meu interior,
sinto um puro amor, junto aquela flor…
Aquela! Que meu fruto imaginou,
pastou, cavalgou e não achou…
Por Walcyr de Sá em 1994

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